"No hay porvenir sin Marx. Sin la memoria y sin la herencia de Marx: en todo caso de un cierto Marx: de su genio, de al menos uno de sus espíritus. Pues ésta será nuestra hipótesis o más bien nuestra toma de partido: hay más de uno, debe haber más de uno." — Jacques Derrida

"Los hombres hacen su propia historia, pero no la hacen a su libre arbitrio, bajo circunstancias elegidas por ellos mismos, sino bajo aquellas circunstancias con que se encuentran directamente, que existen y les han sido legadas por el pasado. La tradición de todas las generaciones muertas oprime como una pesadilla el cerebro de los vivos. Y cuando éstos aparentan dedicarse precisamente a transformarse y a transformar las cosas, a crear algo nunca visto, en estas épocas de crisis revolucionaria es precisamente cuando conjuran temerosos en su auxilio los espíritus del pasado, toman prestados sus nombres, sus consignas de guerra, su ropaje, para, con este disfraz de vejez venerable y este lenguaje prestado, representar la nueva escena de la historia universal" Karl Marx

25/1/15

O péndulo de Marx: Sociologias públicas e engajamento social

Karl Marx ✆ Florent Michelot 
Ruy Braga   |   En los últimos quince años varios renombrados sociólogos, entre ellos Pierre Bourdieu, se han comprometido de un modo continuo y profundo en el debate y en la acción de las políticas públicas antineolibaerles y son, cada vez más, reconocidos como aliados de los movimientos sociales. El objetivo de este artículo es relacionar aspectos del llamado “marxismo abierto” con algunas características generales de las “sociologías públicas”. Se analizan ciertos puntos convergentes y divergentes de la relación de Pierre Bourdieu con el marxismo y argumentaremos que la sociología pública “orgánica” propuesta por Michael Burawoy representa una forma consistente e innovadora para problematizar el vínculo cognitivo existente entre el conocimiento sociológico y el conocimiento político democrático.

Estamos no Capítulo XI de O capital, dedicado, como sabemos, à “Cooperação”. Trata-se da parte do Livro I na qual Marx inicia a análise propriamente dita do processo de trabalho. Após definir a cooperação relacionando-a com a jornada coletiva de trabalho, Marx caracteriza o comando capitalista do processo do trabalho como atributo e necessidade do capital. Nesse sentido, entende que o comando capitalista do trabalhador coletivo não representa uma função especial derivada da natureza do trabalho social, mas uma função social cujo objetivo consiste em explorar o processo de trabalho social para, assim, produzir mais-valia sob forma despótica.

Após reproduzir em nota de rodapé uma notícia publicada no Spectator e datada de 26 de maio de 1866, dando conta da formação na cidade de Manchester de uma bem-sucedida associação fabril de trabalhadores que fez decrescer subitamente o desperdício de materiais, melhorar as condições de trabalho e, ao mesmo tempo, demonstrar em termos práticos a superfluidade da função dos capitalistas, Marx observa:
O capitalista não é capitalista por ser dirigente industrial, mas ele tem o comando industrial porque é capitalista. O comando supremo na indústria é atributo do capital, como no tempo feudal a direção da guerra e a administração da justiça eram atributos da propriedade da terra. [Nota de rodapé 22a: Augusto Comte e sua escola poderiam ter demonstrado a eterna necessidade dos senhores feudais do mesmo modo que o fizeram em relação aos senhores do capital].
Dessa rápida passagem, é possível extrair ao menos três ensinamentos úteis acerca do pensamento “sociológico” de Marx: em primeiro lugar, encontramos a centralidade da crítica da reificação inerente à idéia de que a função do comando capitalista carrega algo de “natural”, pois qualidade derivada de algum tipo de “necessidade” universal; conseqüentemente, se não há necessidade universal a nos constranger, o “comando supremo na indústria” torna-se histórico e, portanto, transitório; e, finalmente, Marx observa como o pensamento sociológico de “Augusto Comte e sua escola” encontra-se enredado nas tramas da reificação conceitual inerente à tarefa da justificação teórica da dominação capitalista.

Não deixa de ser curioso que o mesmo autor que redigiu essa nota de rodapé tão depreciativa em relação à escola comteana tenha se transformado em um dos “clássicos” da disciplina acadêmica inspirada pelo autor do Système de politique positive. Na verdade, é possível inclusive conjeturar tanto ou quanto maldosamente, admitamos, que essa nota de rodapé tenha antecipado em várias décadas uma relação que se mostrou bastante alvoroçada.

Se, por absoluta falta de competência, não nos dispomos a perscrutar a raiz do alvoroço, ao menos podemos descrever algumas das ruidosas características da relação de Marx – e, por que não dizer, do marxismo – com a sociologia.

Se, por umlado, Marx é hoje considerado de maneira incontroversa umdos clasicos da teoria sociológica, por outro o diálogo daquilo que podemos genéricamente chamar de “tradição marxista” com a sociologia acadêmica é, para dizer o mínimo, problemático2. De um Gurvitch, afirmando que o essencial de Marx radica em sua sociologia, até um Goldman4, refratário à idéia de uma sociologia marxista, o caminho que vai do marxismo à sociología (ou vice-versa) é longo e tortuoso. Trata-se deumterreno bastante pantanoso e inteiramente refratário a consensos.

É bem verdade, também, que muitos são os encontros mutuamente proveitosos e que podem ser registrados na Europa, nos Estados Unidos ou mesmo no Brasil entre o marxismo acadêmico e a sociologia5: a produção de Pierre Naville, na França, as diversas teorias da dependência latino-americanas, o marxismo “uspiano” dos anos 1960, o debate sobre o processo de trabalho nos Estados Unidos da década de 1970, além do surgimento do marxismo analítico anglo-saxão a partir dos 1980, servem como exemplos desses encontros bem-sucedidos:
Precisamente pelo fato de que a sociologia tomou muitos elementos do marxismo, tendo surgido, emparte, da polêmicacom este, os marxistas não podem prescindir dela, mas sim assumir criticamente suas descobertas parciais. De fato, os teóricos marxistas mais importantes do século XX (Georg Lukács, Antonio Gramsci, Theodor Adorno, Herbert Marcuse, Louis Althusser e Giovano Della Volpe) não se intimidaram em integrar as suas obras elementos tomados da filosofia e da teoría social liberal e conservadora. O próprio Marx marcou a pauta ao tomar Hegel, Smith e Ricardo, entre outros autores, como ponto de partida, e transformar suas idéias em elementos fundamentais de sua teoría.
Em contrapartida, Marx notoriamente está presente na teoria da estruturação de A. Giddens, na teoria da ação comunicativa de J. Habermas ou na teoria do moderno sistema-mundo de I. Wallerstein, apenas para ficar em alguns exemplos de afamados sociólogos vivos. Outros encontros poderiam ser invocados, mas não nos parece o caso de alongar demasiadamente a lista. Basta dizer que, na comunidade sociológica mais importante do planeta, a estadunidense, a obra teórica de Marx foi, mormente, tratada como um objeto secundário, quando não abertamente hostilizada,emrelação às apreciações teóricas construídas em torno de Weber ou mesmo de Durkheim.

O caso dos Estados Unidos é verdadeiramente emblemático. Diante da repressão anticomunista e da ausência de um movimento socialista vigoroso, o marxismo estadunidense foi geralmente compreendido pelos meios acadêmicos como uma espécie de dogma – sustentado, portanto, por fundamentos cognitivos irracionais e propagado por métodos igualmente insensatos – professado por algumas categorias de intelectuais desejosos de falar em nome das massas desprivilegiadas.

Não deixa de ser oportuno lembrar que, em 1965, mesmo ano do início da escalada estadunidense na Guerra do Vietnã, Talcott Parsons em um artigo preparado para a sessão plenária do encontro anual da Associação Sociológica Americana (ASA) afirmou ser Marx um pensador social “cujo trabalho tomba inteiramente com o século XIX” e “cujas predições a respeito da trajetória do sistema social e econômico foram profundamente invalidadas pelo curso dos eventos nas sociedades industriais mais avançadas”8. Problematizando aquilo que considera a “cultura da sociologia”, Wallerstein introduz uma reflexão acerca da “lista padrão” formada, em todo o mundo, por Durkheim, Marx e Weber. Ao fazê-lo, o sociólogo estadunidense ilumina a especial localização de Parsons nessa história:
Esse agrupamento foi em grande parte obra de Talcott Parsons e seu trabalho formador da cultura da sociologia, The structure of social action. É claro, Parsons pretendia transformar o trio Durkheim, Weber e Vifredo Pareto em cânones da sociologia. Por uma razão ou por outra, ele nunca conseguiu convencer os outros da importância de Pareto, que permanece grandemente ignorado. E Marx foi acrescentado à lista, apesar dos mais vigorosos esforços de Parsons para mantê-lo fora. Contudo, atribuo a criação da lista essencialmente a Parsons, o que a torna, é claro, muito recente.

E, ao interrogar-se a propósito da inclusão de Marx e da exclusão de Pareto da “lista padrão” sacralizada mundialmente, observa: “Quero apenas perguntar por que a tentativa de Parsons de excluir Marx do quadro fracassou tão miseravelmente, apesar da Guerra Fria e com certeza das preferências políticas da maioria dos sociólogos do mundo. Creio que Marx estava discutindo algo de uma obviedade tão central para a vida social que simplesmente não podia ser ignorado, a saber, o conflito social”. É perfeitamente possível concordar em parte com o argumento construído por Wallerstein.
 


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◆ El que busca, encuentra...

Todo lo sólido se desvanece en el aire; todo lo sagrado es profano, y los hombres, al fin, se ven forzados a considerar serenamente sus condiciones de existencia y sus relaciones recíprocasKarl Marx

Not@s sobre Marx, marxismo, socialismo y la Revolución 2.0

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Michel Husson: Marx, Piketty et Aghion sur la productivité — A l’encontre
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Entrevista con István Mészáros realizada por la revista persa Naghd’ (Kritik), el 02-06-1998: “Para ir Más allá del Capital” — Marxismo Crítico
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Entrevista a Juan Geymonat: Por un marxismo sin citas a Marx — Hemisferio Izquierdo
Juliana Gonçalves: "El Capital no es una biblia ni un libro de recetas", dice José Paulo Netto [Português ] — Brasil de Fato
Entrevista a Michael Heinrich: El Capital: una obra colosal “para desenmascarar un sistema completo de falsas percepciones” — Viento Sur
Alejandro Katz & Mariano Schuster: Marx ha vuelto: 150 años de El Capital. Entrevista a Horacio Tarcus — La Vanguardia
Salvador López Arnal: Entrevista a Gustavo Hernández Sánchez sobre "La tradición marxista y la encrucijada postmoderna" — Rebelión
Jorge L. Acanda: "Hace falta una lectura de Marx que hunda raíces en las fuentes originarias del pensamiento de Marx" — La Linea de Fuego

— Notas sobre Lenin y la Revolución de Octubre
Guillermo Almeyra: Qué fue la Revolución Rusa — La Jornada
Jorge Figueroa: Dos revoluciones que cambiaron el mundo y el arte — La Gaceta
Gilberto López y Rivas: La revolución socialista de 1917 y la cuestión nacional y colonial — La Jornada
Aldo Agosti: Repensar la Revolución Rusa — Memoria
Toni Negri: Lenin: Dalla teoria alla pratica — Euronomade
Entretien avec Tariq Ali: L’héritage de Vladimir Lénine — Contretemps
Andrea Catone: La Rivoluzione d’Ottobre e il Movimento Socialista Mondiale in una prospettiva storica — Marx XXI
Michael Löwy: De la Revolución de Octubre al Ecocomunismo del Siglo XXI — Herramienta
Serge Halimi: Il secolo di Lenin — Rifondazione Comunista
Víctor Arrogante: La Gran Revolución de octubre — El Plural
Luis Bilbao: El mundo a un siglo de la Revolución de Octubre — Rebelión
Samir Amin: La Revolución de Octubre cien años después — El Viejo Topo
Luis Fernando Valdés-López: Revolución rusa, 100 años después — Portaluz
Ester Kandel: El centenario de la Revolución de octubre — Kaos en la Red
Daniel Gaido: Come fare la rivoluzione senza prendere il potere...a luglio — PalermoGrad
Eugenio del Río: Repensando la experiencia soviética — Ctxt
Pablo Stancanelli: Presentación el Atlas de la Revolución rusa - Pan, paz, tierra... libertad — Le Monde Diplomatique
Gabriel Quirici: La Revolución Rusa desafió a la izquierda, al marxismo y al capitalismo [Audio] — Del Sol

— Notas sobre la película “El joven Karl Marx”, del cineasta haitiano Raoul Peck
Eduardo Mackenzie:"Le jeune Karl Marx ", le film le plus récent du réalisateur Raoul Peck vient de sortir en France — Dreuz
Minou Petrovski: Pourquoi Raoul Peck, cinéaste haïtien, s’intéresse-t-il à la jeunesse de Karl Marx en 2017? — HuffPost
Antônio Lima Jûnior: [Resenha] O jovem Karl Marx – Raoul Peck (2017) — Fundaçâo Dinarco Reis
La película "El joven Karl Marx" llegará a los cines en el 2017 — Amistad Hispano-Soviética
Boris Lefebvre: "Le jeune Karl Marx": de la rencontre avec Engels au Manifeste — Révolution Pernamente

— Notas sobre el maestro István Mészáros, recientemente fallecido
Matteo Bifone: Oltre Il Capitale. Verso una teoria della transizione, a cura di R. Mapelli — Materialismo Storico
Gabriel Vargas Lozano, Hillel Ticktin: István Mészáros: pensar la alienación y la crisis del capitalismo — SinPermiso
Carmen Bohórquez: István Mészáros, ahora y siempre — Red 58
István Mészáros: Reflexiones sobre la Nueva Internacional — Rebelión
Ricardo Antunes: Sobre "Más allá del capital", de István Mészáros — Herramienta
Francisco Farina: Hasta la Victoria: István Mészáros — Marcha
István Mészáros in memoriam : Capitalism and Ecological Destruction — Climate & Capitalism.us