"No hay porvenir sin Marx. Sin la memoria y sin la herencia de Marx: en todo caso de un cierto Marx: de su genio, de al menos uno de sus espíritus. Pues ésta será nuestra hipótesis o más bien nuestra toma de partido: hay más de uno, debe haber más de uno." — Jacques Derrida

"Los hombres hacen su propia historia, pero no la hacen a su libre arbitrio, bajo circunstancias elegidas por ellos mismos, sino bajo aquellas circunstancias con que se encuentran directamente, que existen y les han sido legadas por el pasado. La tradición de todas las generaciones muertas oprime como una pesadilla el cerebro de los vivos. Y cuando éstos aparentan dedicarse precisamente a transformarse y a transformar las cosas, a crear algo nunca visto, en estas épocas de crisis revolucionaria es precisamente cuando conjuran temerosos en su auxilio los espíritus del pasado, toman prestados sus nombres, sus consignas de guerra, su ropaje, para, con este disfraz de vejez venerable y este lenguaje prestado, representar la nueva escena de la historia universal" Karl Marx

11/11/14

Mal-estar e fetichismo entre Marx e Freud

Pedro Dalla Bernardina Brocco   |   O artigo propõe uma tentativa de diálogo com a afirmação feita por Lacan segundo a qual Karl Marx teria sido o inventor do sintoma. Para entender a afirmação de Lacan, a aposta será a de uma leitura comparada de alguns textos de Freud e Marx, e seus respectivos comentadores, no sentido de uma aproximação entre as obras de ambos, partindo dos seguintes flancos: i) há uma ideia geral de “mal-estar” nos percursos de Marx e Freud?; ii) em que medida a noção de “fetichismo” é trabalhada na obra dos dois?

Freud é conhecido por seu texto tardio envolvendo o mal-estar na civilização, mas Marx é conhecido por seus estudos sobre o fetichismo da mercadoria. O que não se coloca num primeiro tempo, contudo, é o fato de Marx articular sua teoria tendo em vista o mal-estar presente na Europa do século XIX, em que a pobreza aparece sendo produzida artificialmente mediante a luta de classes, e que Freud também trabalha com o conceito de fetichismo, relacionando-o à perversão.

Introdução ou A primeira volta do parafuso

Lacan, ao dizer que Marx inventou o sintoma, coloca em cena a passagem do feudalismo para o mundo burguês moderno, e de como nessa passagem ocor­re uma ruptura, uma inadequação entre os direitos e deveres universais burgue­ses e a sua exceção. O fato de sempre haver uma subversão da universalidade dos direitos burgueses é o fator constitutivo da realidade burguesa moderna, e o sin­toma é “um elemento particular que subverte seu próprio fundamento universal, uma espécie que subverte seu gênero” (Žižek, 1996, p. 306). 

Para Žižek, o método marxista da crítica da ideologia já é sintomático, pois consiste em detectar um ponto de ruptura heterogêneo para um dado campo ideológico, sendo que esta ruptura mesma é algo constitutivo e necessário para que esse campo opere em sua forma fechada (ibidem). O que Žižek quer dizer com isso? Retomemos por um momento a leitura de Sobre a questão judaica: é aqui que Marx reconhece, no prefácio dos Manuscritos econômico-filosóficos, que indicou, de modo bem geral, os primeiros elementos do seu trabalho vindouro, que se inicia com os Manus­critos (Marx, 2010a, p. 20).

Em Sobre a questão judaica, escrito em 1843, publicado na primavera de 1844 no único número dos Anais franco-alemães, Marx trava uma discussão com Bruno Bauer acerca da emancipação dos judeus na Alemanha. Bauer defende a tese de que o judeu deve se emancipar, tornar-se livre, rompendo com sua “es­sência judaica”, situando a sua intervenção em uma região meramente religiosa. Marx rompe com essa formulação teológica e observa que a emancipação do judeu deve ser posta a partir da pergunta: qual é o elemento social específico a ser superado para abolir o judaísmo? Observa que “a capacidade de emancipação do judeu moderno equivale à relação do judaísmo com a emancipação do mundo moderno” (Marx, 2010b, p. 55). Essa relação, para Marx, resulta da posição es­pecial assumida pelo judaísmo naquele (e ainda em nosso) mundo escravizado. A sua virada consiste em observar o judeu secular real, o judeu cotidiano, não o judeu sabático, como faz Bauer. Aí se coloca o problema que Marx se propõe a desenvolver: qual é o fundamento secular do judaísmo? E responde à própria pergunta: a necessidade prática, o interesse próprio. E continua: qual é o culto secular do judeu? O negócio. Qual é seu deus secular? O dinheiro (ibidem, p. 56).
Agora sim! A emancipação em relação ao negócio e ao dinheiro, por­tanto, em relação ao judaísmo prático, real, seria a autoemancipação da nossa época. Uma organização da sociedade que superasse os pressupostos do negócio, portanto, a possibilidade do negócio, teria inviabilizado o judeu. Sua consciência religiosa se dissiparia como uma névoa insossa na atmosfera da vida real da sociedade. Em con­trapartida, quando o judeu reconhece que essa sua essência prática é nula e coopera para sua superação, está cooperando, a partir de seu desenvolvimento até o presente, para a emancipação humana pura e simples e se voltando contra a suprema expressão prática da autoalie­nação humana. (Ibidem).

A interpretação deste excerto que aponta para um pretenso antissemitis­mo de Marx é nada além de uma leitura ingênua e desatenta (ainda que, sim, há aqueles que enxergaram no texto um desejo de destruição total dos judeus – cf. a apresentação de Daniel Bensaïd, nesta edição, nas páginas 22 e 23).

Temos que enxergar esta formulação de Marx, ele próprio um judeu per­tencente a uma família tradicional de judeus na Alemanha, de forma muito pre­cisa: o que ele procura mostrar aqui é a explicação da existência de uma religião, uma categoria, o judeu, a partir das práticas sociais da vida burguesa concreta: o judeu seria uma espécie de exceção a um Estado sem religião, que existe enquan­to universal, igualitário, que garante liberdades. Nesse caso, a religião separada do Estado torna-se uma questão privada. Marx busca apreender a cisão entre o judeu sabático e o judeu cotidiano a partir de um pano de fundo que é o da cisão da modernidade: o desdobramento que se opera entre o Estado e a sociedade ci­vil, entre o homem e o cidadão, entre o espaço público e o espaço privado, entre o bem comum e o interesse egoísta (Bensaïd, 2010, p. 25).

O judeu cotidiano aparece, portanto, como algo sintomático, uma figura que concentra as características fundamentais do desenvolvimento do capitalis­mo na ruptura entre o bem comum instaurado pelo Estado pós-Revolução Fran­cesa e o interesse privado. Marx observa que o Estado político pleno constitui, por sua essência, a vida do gênero humano em oposição à sua vida material (ibi­dem, p. 40). O Estado institui o homem enquanto ente genérico, “membro imagi­nário de uma soberania fictícia, tendo sido privado de sua vida individual real e preenchido com uma universalidade irreal” (ibidem, p. 41) – aqui Marx antecipa intuitivamente a tríade lacaniana de Real, Simbólico e Imaginário: o Estado ins­titui um homem genérico, membro Imaginário, privado de sua vida individual Real e preenchido com uma universalidade irreal Simbólica. O Estado é um locus de primazia do nó borromeano (não sabemos o que é o Estado, algo que está entre o imaginário e o simbólico, mas que se apresenta no real dos corpos, com a burocracia, a polícia etc.).

Marx faz uma observação estritamente psicanalítica: “na sua realidade mais imediata, na sociedade burguesa, o homem é um ente profano” (ibidem). Esta observação surge logo após a comparação entre o Estado político e a reli­gião: a relação entre o Estado político e a sociedade burguesa é tão espiritualista quanto a relação entre o céu e a terra – o Estado político supera a antítese da mes­ma forma que a religião supera a limitação do mundo profano, ou seja, o Estado é forçado a reconhecer a antítese, a produzi-la e a deixar-se dominar por ela (a antítese seria, aqui, talvez, o nome para a luta de classes).

Da mesma forma, a contradição que opera entre o homem religioso e o ho­mem político é a mesma que existe entre o bourgeois e o citoyen, entre o membro da sociedade burguesa e sua pele de leão política (ibidem, p. 41).

O homem, portanto, se emancipa politicamente da religião, banindo-a do direito público para o direito privado. Ela não é mais o espírito do Estado, mas o espírito da sociedade burguesa (Marx antecipa-se a Weber), a esfera do egoísmo e essência da diferença.

O Estado moderno passa então a garantir a liberdade religiosa, assim como a liberdade tout court. A Constituição francesa de 1793 afirma que “a liberdade consiste em poder fazer tudo que não prejudica a nenhum outro”. A aplicação prática do direito humano à liberdade é, para Marx, equivalente ao direito hu­mano à propriedade privada. O direito à propriedade privada é, segundo Marx, ao traduzir o artigo 16 da Constituição de 1793, o direito “de desfrutar a seu bel prazer, sem levar outros em consideração, independentemente da sociedade, de seu patrimônio e dispor sobre ele, é o direito ao proveito próprio”: é, portanto, o “direito humano” de jouir (gozar)3 et de disposer à son gré de ses biens, de ses reve­nus, du fruit de son travail et de son industrie (ibidem, p. 49).

Os três significantes que embasam toda a codificação pós-revolucionária francesa, Marx os analisa, são liberté, égalité e sûreté. A liberdade foi já exposta, é a propriedade privada. A igualdade vem exposta na constituição de 1795: “a igualdade consiste em que a lei é a mesma para todos, quer ela esteja protegen­do, quer esteja punindo”. A segurança é o conceito social supremo, o conceito de polícia, segundo o qual o conjunto da sociedade só existe para garantir a cada um de seus membros a conservação de sua vida, sua pessoa, seus bens, sua proprie­dade. É aqui que aparece da forma mais paradoxal a ruptura entre o cidadão (ci­toyen) e o homem empírico (homme). Os direitos são declarações para o homem e o cidadão – duas figuras que habitam o mesmo corpo.

Mas Marx reconhecerá que tudo isso existe para a declaração do citoyen como serviçal do homme egoísta, quando vemos que a esfera em que o homem existe como ente comunitário é inferiorizada em relação àquela em que ele se comporta como “ente parcial” (ibidem, p. 50), e que o real não é o citoyen, mas o homem como bourgeois. Marx dirá que o homem real só chega a ser conhecido na forma do indivíduo egoísta, e o homem verdadeiro só na forma do citoyen abstrato.

Aqui entramos em um ponto importante – talvez possamos perceber o que Lacan chamou de invenção do sintoma na mudança do feudalismo para o mun­do moderno tal qual o conhecemos: nesta mudança, pela via da revolução polí­tica, há a incidência de dois movimentos: emancipação política e dissolução da sociedade antiga. A sociedade burguesa antiga possuía, nas palavras de Marx, um caráter político imediato, ou seja, os elementos da vida burguesa (a posse, a família, o modo de trabalho) eram elevados à condição de elementos da vida es­tatal em formas bem delimitadas: suserania, estamentos, corporações de ofício (ibidem, p. 51). Nessas formas, havia a determinação da relação de cada indiví­duo com a totalidade do Estado, sua natureza política, ou, para Marx, sua relação de separação e exclusão dos demais componentes da sociedade. Basta pensar na vida própria de uma corporação de ofício: é como se houvesse sociedades parti­culares dentro da sociedade.

A revolução política proporcionou, assim, o desmanche do conjunto de estamentos, corporações, guildas, privilégios, e outras expressões da separação entre o povo e seu sistema comunitário (ibidem, p. 52). A revolução política, nos dizeres de Marx, “superou o caráter político da sociedade burguesa”, decompôs a sociedade burguesa em seus componentes mais simples, isto é, os indivíduos, por um lado e, por outro lado, nos elementos materiais e espirituais que com­põem o teor vital, a situação burguesa desses indivíduos. “A sociedade feudal foi dissolvida em seu fundamento, no homem, só que no tipo de homem que real­mente constituía esse fundamento, no homem egoísta” (ibidem).

Esse homem é dividido entre os homens e mulheres membros da socieda­de burguesa e, nesse sentido, apolíticos, que se apresentam como seres humanos naturais dotados de direitos humanos naturais, e o homem egoísta seria o re­sultado da dissolução da sociedade feudal. O problema aqui é situado por Marx no seguinte sentido: “A revolução política decompõe a vida burguesa em seus componentes sem revolucionar esses mesmos componentes nem submetê-los à crítica” (ibidem, p. 53).

Assim, o parafuso vai sendo apertado: o trabalhador em seu ofício cotidiano, mecanizado, obrigado a vender sua força de trabalho para continuar vivendo,4 re­duzido em sua condição de trabalhador abstratamente considerado a uma merca­doria (Marx, 2010a, p. 35); o capitalista opera sob essa lógica em situação também dividida, embora possa (e se force a) gozar em sua posição privilegiada, não sabe exatamente o que está fazendo (a famosa frase de Marx em O Capital), em suma: o parafuso vai sendo apertado, também, na cabeça do monstro de Frankenstein.5
 


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◆ El que busca, encuentra...

Todo lo sólido se desvanece en el aire; todo lo sagrado es profano, y los hombres, al fin, se ven forzados a considerar serenamente sus condiciones de existencia y sus relaciones recíprocasKarl Marx

Not@s sobre Marx, marxismo, socialismo y la Revolución 2.0

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Minou Petrovski: Pourquoi Raoul Peck, cinéaste haïtien, s’intéresse-t-il à la jeunesse de Karl Marx en 2017? — HuffPost
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Boris Lefebvre: "Le jeune Karl Marx": de la rencontre avec Engels au Manifeste — Révolution Pernamente

— Notas sobre el maestro István Mészáros, recientemente fallecido
Matteo Bifone: Oltre Il Capitale. Verso una teoria della transizione, a cura di R. Mapelli — Materialismo Storico
Gabriel Vargas Lozano, Hillel Ticktin: István Mészáros: pensar la alienación y la crisis del capitalismo — SinPermiso
Carmen Bohórquez: István Mészáros, ahora y siempre — Red 58
István Mészáros: Reflexiones sobre la Nueva Internacional — Rebelión
Ricardo Antunes: Sobre "Más allá del capital", de István Mészáros — Herramienta
Francisco Farina: Hasta la Victoria: István Mészáros — Marcha
István Mészáros in memoriam : Capitalism and Ecological Destruction — Climate & Capitalism.us