"No hay porvenir sin Marx. Sin la memoria y sin la herencia de Marx: en todo caso de un cierto Marx: de su genio, de al menos uno de sus espíritus. Pues ésta será nuestra hipótesis o más bien nuestra toma de partido: hay más de uno, debe haber más de uno." — Jacques Derrida

"Los hombres hacen su propia historia, pero no la hacen a su libre arbitrio, bajo circunstancias elegidas por ellos mismos, sino bajo aquellas circunstancias con que se encuentran directamente, que existen y les han sido legadas por el pasado. La tradición de todas las generaciones muertas oprime como una pesadilla el cerebro de los vivos. Y cuando éstos aparentan dedicarse precisamente a transformarse y a transformar las cosas, a crear algo nunca visto, en estas épocas de crisis revolucionaria es precisamente cuando conjuran temerosos en su auxilio los espíritus del pasado, toman prestados sus nombres, sus consignas de guerra, su ropaje, para, con este disfraz de vejez venerable y este lenguaje prestado, representar la nueva escena de la historia universal" Karl Marx

3/12/13

Duas Cartas de Karl Marx e Friedrich Engels | Compõem a relativamente escassa correspondencia dos últimos dois anos da vida de Marx

Karl Marx & Friedrich Engels
Londres, años tardíos  ✆ A.d. 
João Leonardo Medeiros  1 |  Neste ano de 2013, o Niep-Marx lança esta primeira edição de sua Revista, uma primeira edição que, esperamos, abra ao campo marxista, por muito tempo, mais um espaço de reflexão e difusão de conhecimento. Considerando o declarado caráter marxista do grupo e da linha editorial da Revista, seria realmente absurdo se não fizéssemos, nesta primeira edição de nossa Revista, uma justa e sincera homenagem, que contribuísse para a preservação da memória do “fantasma que assombra a cultura contemporânea” – como disse Derrida parafraseando o Manifesto Comunista. É este o intuito da publicação das duas cartas que se seguem, cartas estas que compõem a relativamente escassa correspondencia dos últimos dois anos da vida de Marx.

PDF
A primeira carta, escrita em 15 de dezembro de 1881 por Marx, é endereçada a Friedrich Adolph Sorge, o companheiro de lutas que havia emigrado para os EUA levando consigo a luta comunista e uma seção da Internacional Comunista. Nesta carta, Marx não apenas comunica a Sorge a norte de Jenny, sua esposa (em dois de dezembro de 1881), como comenta sobre a problemática difusão de O capital na Inglaterra.2 Esta carta é a última correspondencia em que Marx reflete sobre o conteúdo de O capital.3 A partir daí, aliás, são escassas as referências, de qualquer ordem, à obra, sendo
totalmente reduzidas a comentários sobre questões relativas ao lançamento ou relançamento de edições – por exemplo, na última carta em que Marx escreve a Engels, em 10 de janeiro de 1883.

Isso, naturalmente, revela o estado precário de saúde e de ânimo de Marx, ambos muito comprometidos pelo falecimento de sua esposa, em 1881, e de sua primogênita, Jenny Longuet (em 11 de janeiro de 1883). De fato, nos últimos dois anos de vida, Marx viu-se física e mentalmente incapacitado para o trabalho. A segunda carta que aqui publicamos foi escrita por Engels, também para Friedrich Adolph Sorge, no dia seguinte à morte de Marx. Engels faz um relato da condição de saúde de Marx, que confirma cruamente a sentença final do parágrafo acima. Para além do mero registro biográfico, a carta carta é reveladora da visão de mundo de Engels (e, certamente, de Marx). Obviamente abalado pela morte do amigo de quatro décadas, Engels evidencia a preocupação em evitar que o acontecimento trágico abalasse o ânimo do movimiento proletário. O zelo que teve em vida com o amigo é, portanto, preservado, pois certamente Marx, se pudesse, tentaria evitar que sua morte contribuísse para a desarticulação política da classe trabalhadora. Nenhuma apresentação é, no entanto, rica o suficiente para substituir o texto das cartas. Interrompamos, portanto, este texto que já se alonga e passemos a elas.


English
  Marx para Friedrich Adolph Sorge em Hoboken 4  


Londres, 15 de dezembro de 1881
Caro Sorge,

Tendo ouvido as notícias daqui pela boca de seu filho, você certamente se preparou para saber da morte de minha esposa, minha inesquecível e amada companheira (em dois de dezembro). Eu mesmo ainda não me recuperei o suficiente para prestar-lhe minhas últimas homenagens. Na verdade, eu fui até agora confinado em casa, mas vou para Ventnor (Ilha de Wight) na próxima semana. Estou emergindo da minha última doença duplamente incapacitado, emocionalmente pela morte de minha esposa, fisicamente porque fiquei com um espessamento da pleura e com um aumento da sensibilidade dos brônquios.

Eu tenho, infelizmente, de torrar certo tempo em esquemas para melhorar minha saúde. Outra edição do texto alemão de O capital5 torna-se agora necessária. A mais inoportuna de que já tive ciência. Seu Henry George tem crescentemente se revelado um impostor.

Acredito que Sorge Jr. tenha chegado em boa forma; dê-lhe lembranças minhas.

Atenciosamente,
Marx

Os ingleses recentemente começaram a ocupar-se mais com O capital etc. Por conseguinte, na edição de outubro passado (ou novembro, não estou certo) da Contemporary há um artigo sobre socialismo, de John Rae. Muito inadequado, cheio de erros, mas “justo”, como me disse um de meus amigos ingleses anteontem. E por que justo?6 Porque John Rae não supõe que, nos quarenta anos em que venho espalhando minhas teorias perniciosas, tenho sido instigado por “más” intenções. “Seine Grossmut muss ich loben”.7 A justiça de tornar-se ao menos suficientemente conhecedor do objeto de sua crítica parece algo meio desconhecido para os escritores do filistinismo inglês.

Antes disso, no começo de junho, um pequeno livro foi publicado por um certo Hyndan (que antes intrometeu-se em minha casa): England for all. Ele foi escrito com a pretensão de ser uma exposé do programa da “Democratic Federation” —uma associação recém-formada de sociedades radicais inglesas e escocesas, meio burguesas, meio prolétaires. Os capítulos sobre Trabalho e Capital são apenas extratos literais, ou perífrases, de O capital, mas o sujeito não cita o livro, nem seu autor, embora, para proteger-se de comprometimentos, assinale ao final de seu prefácio: “As ideias e boa parte da matéria contida nos Capítulos II e III devo ao trabalho de um grande pensador e autor original etc. etc.”

Vis-à-vis comigo, o colega escreveu estúpidas cartas de desculpas, por exemplo, [dizendo] que “os ingleses não gostam de ser ensinados por estrangeiros”, que “meu nome era muito detestado etc.” Com tudo isso, seu pequeno livro— na medida em que surrupia O capital— faz boa propaganda, embora o homem seja bem limitado e muito longe de ter ao menos a paciência —a primeira condição para aprender alguma coisa— de estudar uma matéria a fundo. Todos aqueles amáveis escritores de classe média —para não falar dos especialistas— têm o ímpeto de fazer dinheiro ou o nome ou capital político imediatamente a partir de quaisquer novos pensamentos que possam ter num golpe de sorte favorável.

O colega surrupiou-me muitas noites, levando-me por aí, de modo a aprender da maneira mais fácil possível. Por fim, foi publicado em primeiro de dezembro passado, na revista mensal Modern Thought (preciso enviar-lhe uma cópia), um artigo: “Líderes do Pensamento Moderno”; Nº. XXIII – Karl Marx. Por Ernest Belfort Bax. Agora, essa é a primeira publicação inglesa do tipo que é imbuída de um real entusiasmo pelas novas ideias em si e que se ergue corajosamente contra o filistinismo britânico. Isso não impede que as notas biográficas que o autor oferece a meu respeito sejam, em sua maior parte, erradas etc. Na exposição de meus princípios econômicos e em suas traduções (i.e., nas passagens citadas de O capital) muita coisa está errada e confusa, mas, apesar disso tudo, a divulgação deste artigo, anunciado em letras garrafais em cartazes no West End de Londres, produziu uma grande sensação. O mais importante para mim é que recebi o referido número da Modern Thought ainda em 30 de novembro, de maneira que minha querida esposa ainda pode alegrar-se nos últimos dias de sua vida. Você sabe o interesse entusiasmado que ela dedicava a estes asuntos

English
  Engels para Friedrich Adolph Sorge em Hoboken 8


Londres, 15 de março de 1883, 11:45p.m.
Caro Sorge,

Seu telegrama chegou ontem à noite. Obrigado, de coração! Não foi possível mantê-lo regularmente informado sobre o estado de saúde de Marx porque ele mudava constantemente. Aqui, em suma, estão os fatos principais.

Logo depois da morte de sua esposa, ele teve um ataque de pleurisia, em outubro de 1881. Depois que se recuperou, ele foi mandado para Argel em fevereiro de 1882; o tempo frio e úmido enfrentado na viagem fez com que ele chegasse com outro ataque de pleurisia. O tempo atroz continuou, e, quando teve uma melhora, ele foi enviado para Monte Carlo (Mônaco) para evitar o calor do verão que se aproximava. Ele chegou novamente com um ataque de pleurisia, mais brando desta vez. De novo, tempo abominável.

Finalmente curado, ele foi para Argenteuil, perto de Paris, para ficar com sua filha, Mme. Longuet. Ele tomou água sulfurosa nas cercanias de Enghien para a bronquite que o tem acometido há tanto tempo. Novamente, o tempo estava atemorizante, mas o tratamento lhe fez algum bem. Então ele rumou para Vevey por seis semanas e retornou em setembro, parecendo quase totalmente recuperado. Permitiram que ele passasse o inverno na costa sul da Inglaterra. E ele próprio estava tão cansado de perambular sem fazer nada, que outro período de exílio no sul da Europa provavelmente o atingiria mais fortemente o moral tanto quanto o beneficiaria fisicamente. Quando a temporada do fog começou em Londres, ele foi enviado para a Ilha de Wight. Estava chovendo ininterruptamente e ele pegou outro resfriado. Schorlemmer e eu estávamos planejando visitá-lo perto do Ano Novo, quando vieram as notícias de que seria necessário que Tussy se juntasse a ele imediatamente. Logo depois veio a morte de Jenny, e ele retornou com outro ataque de bronquite. Depois de tudo o que ele já tinha passado, e na sua idade, isso era perigoso. Uma série de complicações apareceu, particularmente um abcesso no pulmão e uma perda terrivelmente rápida de força. Apesar disso, o quadro geral da doença estava progredindo favoravelmente, e na última sexta- -feira o clínico-chefe de plantão, um dos mais proeminentes jovens médicos de Londres e especialmente recomendado para ele por Edwin Ray Lankester, nos encheu de esperança por sua recuperação. No entanto, qualquer um que já tenha examinado tecido pulmonar num microscópio sabe quão grande é o risco de rompimento da parede de um vaso sanguíneo num pulmão supurante.

E é por essa razão que eu dobrava a esquina da rua todas as manhãs, nas últimas seis semanas, morto de medo de que as cortinas estivessem arriadas. Na tarde de ontem, às 02h30min, a melhor hora para visitá-lo durante o dia, eu encontrei a casa em lágrimas. Parecia que o fim estava próximo. Perguntei o que havia acontecido, tentei me inteirar da questão, para oferecer conforto. Houve uma pequena hemorragia, mas o pulmão rapidamente encharcou. Nossa velha e boa Lenchen, que vinha cuidado dele melhor do que uma mãe cuida de sua criança, subiu e desceu novamente. Ele estava meio-adormecido, disse ela, que me chamou para acompanhá-la. Quando adentramos ao quarto, ele havia adormecido para nunca mais acordar. Seu pulso e sua respiração haviam cessado. Naqueles dois minutos ele faleceu, em paz e sem dor.

Todos os eventos que ocorrem por necessidade natural trazem consigo seu próprio consolo, não importa quão pavorosos sejam. É este o caso. O conhecimento médico poderia proporcionar, para ele, mais alguns anos de existencia vegetativa, a vida de um ser impotente —o triunfo da arte clínica— não imediatamente,mas pouco a pouco. Nosso Marx, todavia, jamais suportaria isso. Para viver, com todos seus trabalhos inacabados diante de si, atormentado pelo desejo de completá-los e pela incapacidade de fazê-lo, seria mil vezes mais amargo para ele do que a morte suave que o acometeu. “A morte não é um infortúnio para quem morre, mas para quem sobrevive”, ele costumava dizer, citando Epicuro.

E para ver esse grande gênio definhando como uma ruína física em nome da grande glória da medicina e da gozação dos filisteus que ele tão frequentemente reduzia a pó quando estava no auge de sua força —não, é mil vezes melhor deixar como está, mil vezes melhor que nós o conduzamos, depois de amanhã, ao túmulo onde sua esposa descansa.

E após o que aconteceu antes, e aquilo que nem os médicos sabem tanto quanto eu, não havia alternativa, na minha opinião. Que assim seja. A humanidade encolheu em uma cabeça, a melhor cabeça de nossa era. O movimento do proletariado segue em frente, mas se foi o ponto de apoio em que franceses, russos, americanos e alemães espontaneamente buscavam em momentos decisivos para receber sempre o aconselhamento indisputável e lúcido que só o gênio e o conhecimento consumado das situações poderiam oferecer. Luzes locais e pequenos talentos, para não falar dos impostores, têm agora carta branca. A vitória final permanece certa, mas os desvios, os erros locais e temporários —inevitáveis em todo caso— ocorrerão com mais frequência. Ora, devemos encarar da seguinte forma: afinal de contas, para que estamos aqui? E estamos longe de perder a coragem por causa disso.

Atenciosamente,
F. Engels

Notas

1 Seleção de João Leonardo Medeiros e Marcelo Badaró Mattos. Tradução de João Leonardo Medeiros. * Professor da Faculdade de Economia da UFF.
2 O capital só viria a ser publicado em língua inglesa no ano de 1886 – após a morte de Marx, portanto. O silêncio sobre a obra no país em que morava (sem contar a recepção fria na própria Alemanha) perturbou bastante Marx, que tinha a expectativa de que fosse recompensado, também financeiramente, mas principalmente em reconhecimento, seu esforço hercúleo para redigi-la em meio à escassez de recursos e atormentado por sua frágil saúde. [Nota do Tradutor]
3 Esta carta de Marx a Sorge tem um formato estranho. O texto curto da carta, semelhante ao de um bilhete, é sucedido por uma redação mais longa, posterior à assinatura da carta. Em nenhum lugar onde encontramos esta carta publicada há uma explicação para o seu formato, a não ser pela breve indicação, na MEGA, “Printed according to the original” – impresso como no original. Podemos supor que a própria carta de Marx a Sorge tinha uma forma pouco usual (ou seja, de que não se tratou de um problema de edição), com um pós-escrito maior do que o texto – que poderia estar, por exemplo, no verso do bilhete. Se for esse o caso, a carta seria apenas mais um exemplo do caráter informal e desorganizado de muitas correspondências enviadas por Marx a seus amigos mais chegados.
4 Karl Marx & Frederick Engels. Collected Works, V. 46 (1880-1883). New York: International Publishers. 1992, pp. 161-163.
5 A terceira edição, editada por Engels apenas em 1883, depois da morte de Marx.[Nota do Tradutor]
6 Daqui por diante, a carta está escrita em inglês. [Nota do Tradutor]
7 “Eu tenho apreço por sua magnanimidade”. [Nota do Tradutor]
8 Karl Marx & Frederick Engels. Collected Works, V. 46 (1880-1883). New York: International Publishers. 1992, pp. 457-458.
 
 >> Texto em PDF


http://www.marxeomarxismo.uff.br/

◆ El que busca, encuentra...

Todo lo sólido se desvanece en el aire; todo lo sagrado es profano, y los hombres, al fin, se ven forzados a considerar serenamente sus condiciones de existencia y sus relaciones recíprocasKarl Marx

Not@s sobre Marx, marxismo, socialismo y la Revolución 2.0

— Notas notables
Cecilia Feijoo: Apuntes sobre el Concepto de Revolución Burguesa en Karl Marx — Red Diario Digital
Moishe Postone: Il compito della teoria critica oggi: Ripensare la critica del capitalismo e dei suoi futuri — Blackblog Franco Senia
Pierre-Yves Quiviger: Marx ou l'élimination des inégalités par la révolution — Le Point
Hernán Ouviña: Indigenizar el marxismo — La Tinta
Emmanuel Laurentin: Les historiens américains et Karl Marx — France Culture
Adèle Van Reeth: Le Capital de Karl Marx: La fabrique de la plus-value — France Culture
Manuel Martínez Llaneza: Reproches a Marx acerca de El Capital (Bajo la égida de Friedrich Engels) — Rebelión
Victoria Herrera: Marx y la historia — Buzos
Alejandro F. Gutiérrez Carmona: La vigencia del pensamiento marxista — Alianza Tex
Víctor Arrogante: El Capital y las aspiraciones de la clase trabajadora — Nueva Tribuna
Mauricio Mejía: Karl Marx, el poeta de la mercancía — El Financiero
Emmanuel Laurentin: Karl Marx à Paris: 1843-1845 — France Culture
Jacinto Valdés-Dapena Vivanco: La teoría marxista del Che Guevara — Bohemia
Aldo Casas: El marxismo como herramienta para la lucha — La necesidad de la formación en la militancia — La Tinta
Evald Vasiliévich Iliénkov: La dialéctica de lo abstracto y lo concreto en El Capital de Marx — Templando el Acero
Vincent Présumey: Suivi des écrits de Karl Marx / 1837-1848 - Part I, Part II, Part III & Part IV — Mediapart
Roman Rosdolky: Marx ésotérique et Marx exotérique — Palim Psao
Lepotier: Marx, Marxisme, Cui bono? — Bella Ciao
Andrea Vitale: La critica di Pareto a Marx: una abborracciatura — Operai e Teoria
Annelie Buntenbach: Marx provides us with a glimpse behind the scenes of capitalism — Marx 200
Antoni Puig Solé: La Ley del Valor y la ecología en Marx — Lo que somos
Vladimiro Giacché: Note sui significati di "Libertà" nei Lineamenti di Filosofia del Diritto di Hegel — Il Comunista
Salvador López Arnal: Manuel Sacristán (1925-1985) como renovador de las tradiciones emancipatorias — Rebelión
Paúl Ravelo Cabrera: Marx, Derrida, el Gesto Político y la supercapitalización mundial — Scribb
Dino Greco: In difesa del marxismo — Sollevazione
Alberto Quiñónez: Arte, praxis y materialismo histórico — Rebelión
Josefina L. Martínez: Feminismo & Socialismo marxista - Eleanor Marx, la cuestión de la mujer y el socialismo — Rebelión
John Bellamy Foster: Marx y la fractura en el metabolismo universal de la naturaleza — Scribb
José Manuel Bermudo Ávila: Concepto de Praxis en el joven Marx — Scribb
Carlos Oliva Mendoza: Adolfo Sánchez Vázquez: ¿marxismo radical o crítica romántica? — InfoLibre
Bernardo Coronel: ¿El marxismo es una ciencia? — La Haine
Sylvain Rakotoarison: Le capitalisme selon Karl Marx — Agora Vox

— Notas y comentarios sobre El Capital
António Ferraz: Os 150 anos do livro ‘O Capital’, de Karl Marx — Correio do Minho
Horacio Tarcus: Traductores y editores de la “Biblia del Proletariado” - Parte I & Parte II — Memoria
Emmanuel Laurentin: Le Capital, toujours utile pour penser la question économique et sociale? — France Culture
J.M. González Lara: 150 años de El Capital — Vanguardia
Roberto Giardina: Il Capitale di Marx ha 150 anni — Italia Oggi
Alejandro Cifuentes: El Capital de Marx en el siglo XXI — Voz
Marcela Gutiérrez Bobadilla: El Capital, de Karl Marx, celebra 150 años de su edición en Londres — Notimex
Mario Robles Roberto Escorcia Romo: Algunas reflexiones sobre la vigencia e importancia del Tomo I de El Capital — Memoria
Antoni Puig Solé: El Capital de Marx celebra su 150° aniversario — Lo que Somos
Jorge Vilches: El Capital: el libro de nunca acabar — La Razón
Carla de Mello: A 150 años de El Capital, la monumental obra de Karl Marx — Juventud Socialista del Uruguay
Rodolfo Bueno: El Capital cumple 150 años — Rebelión
Diego Guerrero: El Capital de Marx y el capitalismo actual: 150 años más cerca — Público
José Sarrión Andaluz & Salvador López Arnal: Primera edición de El Capital de Karl Marx, la obra de una vida — Rebelión
Sebastián Zarricueta: El Capital de Karl Marx: 150 años — 80°
Marcello Musto: La durezza del 'Capitale' — Il Manifesto
Esteban Mercatante: El valor de El Capital de Karl Marx en el siglo XXI — Izquierda Diario
Michael Roberts: La desigualdad a 150 años de El Capital de Karl Marx — Izquierda Diario
Ricardo Bada: El Capital en sus 150 años — Nexos
Christoph Driessen: ¿Tenía Marx razón? Se cumplen 150 años de edición de El Capital — El Mundo
Juan Losa: La profecía de Marx cumple 150 años — Público
John Saldarriaga: El Capital, 150 años en el estante — El Colombiano
Katia Schaer: Il y a 150 ans, Karl Marx publiait ‘Le Capital’, écrit majeur du 20e siècle — RTS Culture
Manuel Bello Hernández: El Capital de Karl Marx, cumple 150 años de su primera edición — NotiMex
Ismaël Dupont: Marx et Engels: les vies extravagantes et chagrines des deux théoriciens du communisme! — Le Chiffon Rouge
Jérôme Skalski: Lire Le Capital, un appel au possible du XXIe siècle - L’Humanité
Sebastiano Isaia: Il Capitale secondo Vilfredo Pareto — Nostromo

— Notas y reportajes de actualidad
Román Casado: Marx, Engels, Beatles, ese es el ritmo de Vltava — Radio Praga
María Gómez De Montis: El Manifiesto Comunista nació en la Grand Place — Erasmus en Flandes
Enrique Semo: 1991: ¿Por qué se derrumbó la URSS? — Memoria
Michel Husson: Marx, un économiste du XIXe siècle? A propos de la biographie de Jonathan Sperber — A L’Encontre
César Rendueles: Todos los Marx que hay en Marx — El País
Alice Pairo: Karl Marx, Dubaï et House of cards: la Session de rattrapage — France Culture
Sebastián Raza: Marxismo cultural: una teoría conspirativa de la derecha — La República
Samuel Jaramillo: De nuevo Marx, pero un Marx Nuevo — Universidad Externado de Colombia
Sergio Abraham Méndez Moissen: Karl Marx: El capítulo XXIV de El Capital y el “descubrimiento” de América — La Izquierda Diario
Joseph Daher: El marxismo, la primavera árabe y el fundamentalismo islámico — Viento Sur
Francisco Jaime: Marxismo: ¿salvación a través de la revolución? — El Siglo de Torreón
Michel Husson: Marx, Piketty et Aghion sur la productivité — A l’encontre
Guido Fernández Parmo: El día que Marx vio The Matrix — Unión de Trabajadores de Prensa de Buenos Aires
Cest: Karl Marx y sus "Cuadernos de París" toman vida con ilustraciones de Maguma — El Periódico
Leopoldo Moscoso: 'Das Kapital': reloading... — Público
Laura "Xiwe" Santillan: La lucha mapuche, la autodeterminación y el marxismo — La Izquierda Diario
José de María Romero Barea: Hölderlin ha leído a Marx y no lo olvida — Revista de Letras
Ismaël Dupont: Marx et Engels: les vies extravagantes et chagrines des deux théoriciens du communisme! — Le Chiffon Rouge Morlai
Francisco Cabrillo: Cómo Marx cambió el curso de la historia — Expansión
El “Dragón Rojo”, en Manchester: Cierran el histórico pub donde Marx y Engels charlaban "entre copa y copa" — BigNews Tonight
Marc Sala: El capitalismo se come al bar donde Marx y Engels debatían sobre comunismo — El Español

— Notas sobre debates, entrevistas y eventos
Fabrizio Mejía Madrid: Conmemoran aniversario de la muerte de Lenin en Rusia — Proceso
Segundo Congreso Mundial sobre Marxismo tendrá lugar en Beijing — Xinhua
Debate entre Andrew Kliman & Fred Moseley — Tiempos Críticos
David McNally & Sue Ferguson: “Social Reproduction Beyond Intersectionality: An Interview” — Marxismo Crítico
Gustavo Hernández Sánchez: “Edward Palmer Thompson es un autor que sí supo dar un giro copernicano a los estudios marxistas” — Rebelión
Alberto Maldonado: Michael Heinrich en Bogotá: El Capital de Marx es el misil más terrible lanzado contra la burguesía — Palabras al Margen
Leonardo Cazes: En memoria de Itsván Mészáros — Rebelión (Publicada en O Globo)
Entrevista con István Mészáros realizada por la revista persa Naghd’ (Kritik), el 02-06-1998: “Para ir Más allá del Capital” — Marxismo Crítico
Rosa Nassif: “El Che no fue solo un hombre de acción sino un gran teórico marxista” Agencia de Informaciones Mercosur AIM
Entrevista a Juan Geymonat: Por un marxismo sin citas a Marx — Hemisferio Izquierdo
Juliana Gonçalves: "El Capital no es una biblia ni un libro de recetas", dice José Paulo Netto [Português ] — Brasil de Fato
Entrevista a Michael Heinrich: El Capital: una obra colosal “para desenmascarar un sistema completo de falsas percepciones” — Viento Sur
Alejandro Katz & Mariano Schuster: Marx ha vuelto: 150 años de El Capital. Entrevista a Horacio Tarcus — La Vanguardia
Salvador López Arnal: Entrevista a Gustavo Hernández Sánchez sobre "La tradición marxista y la encrucijada postmoderna" — Rebelión
Jorge L. Acanda: "Hace falta una lectura de Marx que hunda raíces en las fuentes originarias del pensamiento de Marx" — La Linea de Fuego

— Notas sobre Lenin y la Revolución de Octubre
Guillermo Almeyra: Qué fue la Revolución Rusa — La Jornada
Jorge Figueroa: Dos revoluciones que cambiaron el mundo y el arte — La Gaceta
Gilberto López y Rivas: La revolución socialista de 1917 y la cuestión nacional y colonial — La Jornada
Aldo Agosti: Repensar la Revolución Rusa — Memoria
Toni Negri: Lenin: Dalla teoria alla pratica — Euronomade
Entretien avec Tariq Ali: L’héritage de Vladimir Lénine — Contretemps
Andrea Catone: La Rivoluzione d’Ottobre e il Movimento Socialista Mondiale in una prospettiva storica — Marx XXI
Michael Löwy: De la Revolución de Octubre al Ecocomunismo del Siglo XXI — Herramienta
Serge Halimi: Il secolo di Lenin — Rifondazione Comunista
Víctor Arrogante: La Gran Revolución de octubre — El Plural
Luis Bilbao: El mundo a un siglo de la Revolución de Octubre — Rebelión
Samir Amin: La Revolución de Octubre cien años después — El Viejo Topo
Luis Fernando Valdés-López: Revolución rusa, 100 años después — Portaluz
Ester Kandel: El centenario de la Revolución de octubre — Kaos en la Red
Daniel Gaido: Come fare la rivoluzione senza prendere il potere...a luglio — PalermoGrad
Eugenio del Río: Repensando la experiencia soviética — Ctxt
Pablo Stancanelli: Presentación el Atlas de la Revolución rusa - Pan, paz, tierra... libertad — Le Monde Diplomatique
Gabriel Quirici: La Revolución Rusa desafió a la izquierda, al marxismo y al capitalismo [Audio] — Del Sol

— Notas sobre la película “El joven Karl Marx”, del cineasta haitiano Raoul Peck
Eduardo Mackenzie:"Le jeune Karl Marx ", le film le plus récent du réalisateur Raoul Peck vient de sortir en France — Dreuz
Minou Petrovski: Pourquoi Raoul Peck, cinéaste haïtien, s’intéresse-t-il à la jeunesse de Karl Marx en 2017? — HuffPost
Antônio Lima Jûnior: [Resenha] O jovem Karl Marx – Raoul Peck (2017) — Fundaçâo Dinarco Reis
La película "El joven Karl Marx" llegará a los cines en el 2017 — Amistad Hispano-Soviética
Boris Lefebvre: "Le jeune Karl Marx": de la rencontre avec Engels au Manifeste — Révolution Pernamente

— Notas sobre el maestro István Mészáros, recientemente fallecido
Matteo Bifone: Oltre Il Capitale. Verso una teoria della transizione, a cura di R. Mapelli — Materialismo Storico
Gabriel Vargas Lozano, Hillel Ticktin: István Mészáros: pensar la alienación y la crisis del capitalismo — SinPermiso
Carmen Bohórquez: István Mészáros, ahora y siempre — Red 58
István Mészáros: Reflexiones sobre la Nueva Internacional — Rebelión
Ricardo Antunes: Sobre "Más allá del capital", de István Mészáros — Herramienta
Francisco Farina: Hasta la Victoria: István Mészáros — Marcha
István Mészáros in memoriam : Capitalism and Ecological Destruction — Climate & Capitalism.us