Karl Marx ✆ Muenster Gass |
Tomas Rotta & Leda
Paulani [2009] | O sistema monetário internacional passou por
mudanças estruturais após 1971, com destaque para a introdução do padrão-dólar
puro. Assim sendo, este artigo investiga a atualidade e os limites da teoria
monetária de Marx em face a esses novos determinantes econômicos. Mostraremos a
necessidade ontológica da existência do dinheiro inconversível e quais são os
problemas lógicos que esta nova forma social traz para a teoria marxista do
dinheiro. Por fim, proporemos uma abordagem marxista para apreender teoricamente
o novo padrão dólar-dólar.
Seria a teoria monetaria de Marx adequada para apreender teoricamente
o sistema monetario internacional que passou a vigorar no pos-1971 (pos-Bretton
Woods)? Sabemos que Marx pensou o dinheiro com tres determinacoes: medida dos
valores, meio-de-circulacao e dinheiro como dinheiro (entesouramento,
meio-de-pagamento). Sabemos adicionalmente que Marx viveu e escreveu em um periodo
historico em que imperava o padrao-ouro e as doutrinas da Currency School (principalmente
atraves da grande influencia teorica de David Ricardo). Cabe perguntar,
portanto, ate que ponto o dinheiro que hoje temos, fruto do padrao-dólar puro,
nao representa um problema logico para a exposicao dialetica da forma dinheiro
em Marx.
Este artigo, tomando como questao central a adequacao da
teoria marxista do dinheiro frente ao atual padrao assentado sobre o dolar
inconversivel, desenvolve respectivamente os seguintes topicos: (i) mostrar a
necessidade ontologica da existencia do dinheiro inconversivel, propria ao pos-1971;
(ii) motrar os problemas logicos que a forma dinheiro inconversivel traz para a
teoría monetaria de Marx; (iii) teorizar com categorias marxistas o
padrao-dolar puro que hoje temos.
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