
A discussão sobre o sujeito histórico em Marx e no marxismo
envolve um conjunto amplo demais de questões para que se tenha a pretensão de
esgotá-la em uma intervenção rápida. Uma reflexão ainda que sumária teria que
dar conta da unidade entre análise do social e ação política transformadora. Ou
seja, trata-se de discutir o papel da ação humana na história, assim como de,
no mesmo movimento, localizar o agente que, nas sociedades capitalistas, possua
o potencial de transformá-la em direção a uma forma social totalmente distinta.
Neste artigo, vou me pautar por esse tipo de divisão esquemática da exposição, tratando
inicialmente do sujeito no sentido mais totalizante da concepção marxiana de
história, para em seguida abordar a perspectiva de Marx em relação ao papel do
proletariado na revolução socialista, esperando ao fim ser capaz de retomar a
unidade entre essas duas discussões. Para tanto, vou me servir de Marx, mas
também de alguns momentos do que de melhor a tradição do materialismo histórico
nos legou no século XX.